Tenho o hábito de observar o comportamento das pessoas, sejam aquelas que me cercam na vida real ou aquelas que encontro em livros, séries ou filmes. E, recentemente, ao conversar com uma amiga, fui informada que a mesma se encontrava em processo de separação e ao questioná-la o porquê dessa decisão, recebi a resposta: “O amor acabou e virou amizade”.

Ponderei por alguns dias sobre aquela frase que eu já havia lido em diversos romances e assistido em incontáveis filmes. Assim, vi novamente a vida imitando a arte, mas nunca essa frase havia me tocado tão forte ao ponto de ser levada a uma profunda reflexão: “Amor virar amizade deveria ser algo bom, não?”

A impressão que tenho ao ouvir que “o casamento acabou, pois virou amizade” é que movidas por uma ficção científica apresentada, diariamente, na telinha da TV, uma considerável parte da sociedade acredita que o amor se resume a uma paixão ininterrupta que deveria arder intensamente o tempo todo. A paixão no casamento é essencial, entretanto em excesso, não é nada construtivo, pois ela pode queimar e destruir.

Devemos sim nos envolver nas chamas da paixão, mas saber também valorizar a calmaria e a tranquilidade que o amor traz, pois é ele, e não a paixão, que aquecerá e acolherá a sua alma.

É primordial que com o tempo, a dedicação mútua e a cumplicidade diária façam crescer uma relação segura que se torna mais parecida com a amizade e menos com os percalços da paixão. Sendo assim, caso você acredite que seu amor esteja se transformando em uma linda amizade, agradeça, pois talvez você esteja prestes a contemplar a sutileza do verdadeiro amor.