A imaginação sempre foi aliada no desenvolvimento infantil e incentivá-la da melhor forma potencializa a criatividade e sensibilidade das crianças. “Brincar entre o céu e a Terra” é o tema da Semana Mundial do Brincar 2020, que, de 23 a 31 de maio, realiza ações que incentivam a reflexão sobre a importância de brincar. Realizado no Brasil desde 2009 pela Aliança pela Infância, e contando com a parceria do Sesc São Paulo desde 2013, o projeto está ligado ao Dia Mundial do Brincar, celebrado em 28 de maio.
Neste ano, porém, a campanha acontece em meio ao enfrentamento de uma pandemia (Covid-19) e em um período de necessidade de distanciamento social. Assim, a Semana tem todas as suas ações realizadas de forma online, diferente das edições anteriores. A proposta é exercitar o brincar dentro de casa, com cuidado e carinho.
E mães, pais e outros familiares já têm vivido essa realidade de uma nova rotina com os filhos dentro de casa há pelo menos dois meses. Em meio a várias mudanças, as famílias que vivem sob um mesmo teto acabaram tendo que reinventar as relações com as crianças, sobretudo no quesito “brincadeiras”.
Até antes de 17 de março, desde quando as unidades do Sesc SP permanecem fechadas (como medida de auxílio ao controle da pandemia), Natália Petini dos Santos de Sousa, 33, funcionária pública estadual, era frequentadora do Sesc Birigui aos finais de semana. Acompanhava atividades como teatro, contação de histórias e jogos aos finais de semana com os filhos Hugo, de 7 anos, e Helena, de 1 ano e 4 meses.
Com o distanciamento social, ela afirma que as crianças sentem a falta destas atividades de lazer e também da rotina escolar. Em casa, as ideias para um cotidiano mais prazeroso são criadas em conjunto. “Procuramos estimular o livre brincar, a imaginação e a leitura. Tento manter a rotina apenas com o horário da leitura; para outras atividades, costumo fazer algumas propostas para o dia e observo o interesse deles. Às vezes eles comandam as propostas”, conta Natália.
A mãe diz também que oferece algumas opções, principalmente ao mais velho, desde ajudar em alguma receita, a lavar o quintal – atividade que acaba às vezes se tornando um banho coletivo de mangueira! Jogos de tabuleiro, cabanas no meio da sala, brinquedos de papelão e reciclagem, desenhos no chão com giz… A criatividade e a diversão estão garantidas.
Mas Natália tem consciência de que isso pode agregar muito mais que diversão às experiências dos filhos. “A ludicidade e o brincar têm muita importância na vida das crianças, pois a aprendizagem deles gira em torno do lúdico. Além de estimular a independência, o raciocínio, a criatividade e a autonomia, aprendem também questões como compartilhar, perder e ganhar, empatia e solidariedade. No ‘faz de conta’ é que eles compreendem conceitos como certo e errado, que são tão abstratos a eles ainda”, conclui.
Ana Claudia Trevisan de Mori, 41, assistente judiciária e mãe de Laura, de 7 anos, e das gêmeas Cecília e Helena, de 3 anos, também era frequentadora do Sesc Birigui com as filhas. Ela afirma que, com o distanciamento social, percebeu que as brincadeiras em casa ganharam relevância, uma vez que as pequenas ficaram privadas da convivência com outras crianças e afastadas das atividades pedagógicas da escola.
Em um maior período ficando em casa, algumas adaptações foram necessárias. “A adaptação em casa foi um processo que durou cerca de 15 dias, permeada de irritação e brigas mais intensas, mas depois as crianças assimilaram, dentro das limitações próprias da idade, que uma nova realidade se impunha. Passamos a praticar mais jogos com as crianças (memória, dominó, jogos com formas e cores, quebra-cabeças), brincadeiras de rua (amarelinha, esconde-esconde), atividades esportivas (futebol, basquete, pedaladas, patins, patinete) e algumas manuais (massinha e pintura)”, comenta.
“Entendemos o brincar como forma de aprendizado, em especial a habilidade de relacionamento com os irmãos, saber dividir o espaço e os brinquedos, a driblar o tédio diante da escassez de novidades de ambientes e de companhias. O incentivo a novas práticas dentro da realidade que a pandemia impôs ensina às crianças também sobre a maleabilidade e capacidade de adaptação às limitações momentâneas, incentivo à valorização da família e ambiente familiar como um lugar de diversão, segurança e conforto”, analisa a mãe.
Como destaca Maria Clara Soares Pontoglio, responsável pelo Programa Espaço de Brincar do Sesc Birigui e ações da Semana Mundial do Brincar da unidade, os pais e familiares devem incentivar as crianças a brincarem em casa para não perderem a essência da infância e passarem por esse período com mais leveza, sem se esquecer dos limites. “Esse incentivo é importante também para haver equilíbrio entre as atividades escolares e o tempo de lazer da criança, limites que ficam mais difíceis de se definir quando se está no mesmo ambiente o tempo todo”, complementa.
Maria Clara afirma ainda que é essencial que pais e adultos responsáveis aproveitem o maior tempo de convívio com suas crianças para criarem boas memórias em família deste período difícil. “Ao brincar com as crianças, os pais se beneficiarão também dos efeitos da ludicidade e do contato com as suas vivências e experiências da infância”, acrescenta.
Sobre a Semana Mundial do Brincar
Neste ano, a Semana Mundial do Brincar realiza todas as suas ações de forma online. Entre os dias 23 e 31 de maio, o público pode conferir atividades no Portal Sesc (www.sescsp.org.br) e nas redes sociais do Sesc São Paulo e de suas unidades na capital, interior e litoral, e ainda no site da Aliança Pela Infância (http://aliancapelainfancia.org.br/). Transmissões ao vivo, vídeos do tipo “do it yourself” (faça você mesmo) e vídeos de apresentações artísticas, como contações de história, entre outras, estão na programação.
O Sesc Birigui preparou algumas ações especiais para a campanha: um vídeo para mostrar como fazer o brinquedo “balangandã”, construído com materiais simples como papel e jornal, mas que garante boa diversão; além da publicação de adivinhas, parlendas e enquetes sobre brincadeiras para interagir com as pessoas pelas redes sociais aguçando as memórias afetivas da infância. Para conferir a programação proposta pelo Sesc Birigui, basta acessar: www.facebook.com/sescbirigui, www.youtube.com/sescbirigui e @sescbirigui (no Instagram).
Tema da Semana
O tema “Brincar entre o céu e a Terra” está relacionado a proteger e cultivar a imaginação e o devaneio da criança, reconhecendo que estes estão conectados e se alimentam do ser e o estar no universo da infância. De acordo com Letícia Zero, coordenadora da Secretaria Executiva da Aliança, em entrevista concedida ao site da Aliança Pela Infância, a ideia é abordar como a imaginação e o devaneio alimentam o ser e o estar no mundo da criança.
Outro grande motivador para a escolha do tema, segundo Letícia, foi o aniversário de 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Quando olhamos para o ECA e pensamos que é um instrumento para defender a criança como um sujeito de direitos, foi uma maneira de trazer um aspecto do Estatuto e celebrar a importância de a criança ter na infância e no brincar elementos que a tornam um sujeito singular”, conclui.
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