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Viver o espírito que há em nós – Por Nalberto Vedovoto

Para quem é católico, a homília do domingo passado, dia 10 de outubro, foi sobre parte do Evangelho de São Marcos.

Narra a história de um jovem que foi correndo até Jesus, ajoelhou-se diante Dele e indagou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”

Após Jesus dizer a ele que devia conhecer os dez mandamentos, o jovem respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”.

Jesus arrematou: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu”.

Mas quando o jovem ouviu isso, ficou abatido e foi embora, cheio de tristeza, porque era muito rico.

E é desse evangelho ainda, a frase histórica que Jesus proferiu, e que até hoje é controversa quanto ao seu entendimento: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”

O Novo Mandamento nos traz um Deus diferente do Primeiro, amoroso, pleno de compaixão pelos humanos, intenso no seu combate às injustiças, e que nos deu a chave para a entrada no Reino de Deus: “Amai o próximo como a ti mesmo!”.

Nenhum rico entrará no Reino dos Céus? Acredito e tenho fé que não, muitos herdarão esta promessa de Jesus: “Amai o próximo como a ti mesmo”, e agirão diferente do jovem que não quis renunciar a seus bens materiais.

Lí, por esses dias, uma informação que se os maiores ricos do planeta renunciassem à sua fortuna, daria para acabar com a fome no mundo por quatro vezes.

Mas não é fácil entender esta mensagem tão simples, singela e de uma beleza ímpar de Jesus!

Segundo o que se noticiou também pela grande mídia, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, perdeu cerca de 7 bilhões de dólares por conta do apagão que sua rede social sofreu na semana passada. E o tal do apagão durou apenas seis horas!

É tão difícil para nós humanos, materialistas e acumuladores, vivermos a verdade de Jesus. Se você for falar acerca de uma passagem bíblica como a de Marcos a um milionário, com certeza ele soltará uma grande gargalhada, e ainda dirá: “Por isso que você é pobre!”.

Há duas alternativas para você viver aqui na terra. Ser acético com relação a existência de Deus, ou ter fé, mesmo que seja do tamanho de uma semente de mostarda, e mesmo sem ver, sem ter evidências materiais, crer na existência de um Criador de tudo o que existe no Universo.

A escolha é sua. Suponhamos que Deus realmente exista? Já imaginou o preço que pagará por sua descrença? E se não existir? O que você perdeu em praticar as boas normas e condutas apregoadas numa vida cristã?

Eu prefiro crer, e se um dia me sentir tocado para renunciar a tudo o que tenho de bens materiais, que são poucos, para seguir a Cristo, o farei sem impor quaisquer condições, pois não há prêmio maior ao ser humano do que viver a eternidade na presença do Pai, Filho e Espírito Santo.

Você que é rico, mas ao mesmo tempo temeroso às coisas de DEUS, é só colocar em prática a melhor versão de si mesmo, e dispor parte dessa sua riqueza a serviço do seu irmão:

Na sua indústria – remunerando seu empregado com um salário digno, e não com a miséria de um mínimo estabelecido pelo governo.

No seu comércio – praticando condutas honestas, não ludibriando ou enganando seu cliente com promessas de preços e descontos mentirosos.

Na proteção da vida e saúde das pessoas.

Cuidado com nossos irmãos animais, zelo pela natureza e, acima de tudo, entender que a morte é a única certeza que temos, e que deixará tudo aqui na terra, para gozo de outras pessoas que nada fizeram para conquistá-la.

Viver o Evangelho é fácil? Claro que não! Pois se o fizer, no caso do rico, será ridicularizado pelos seus iguais, que só te respeitam pelo que você tem, e torcem para sua decadência, para que ele possa posar nas grandes revistas mundiais, que mostram os maiores poderosos do mundo.

Portanto, Deus não pede para você jogar toda sua fortuna fora – e transformar-se como a esquerda improdutiva gosta – em mais um pobre, mas que viva a Sua Palavra e construa já, a partir de agora – amanhã poderá ser tarde -, um mundo de prosperidade, riquezas e benfeitorias não só aos seus, mas a todos, principalmente seus empregados, que te ajudam na construção de tudo o que tem hoje.

Ninguém em sã consciência é contra os ricos, o que se condena é a avareza, o egoísmo, a idiotice de acumular só por acumular, sem pensar em deixar um legado por sua passagem tão efêmera pela terra.

Eu juro, não gostaria de ver nenhum rico a ranger no inferno…

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Redação

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