Você ainda é o que os outros disseram que você era? – Por Ronaldo Ruiz Galdino

Acho que todos já ouviram a frase do marqueteiro nazista Goebbels: uma mentira dita mil vezes se tornará uma verdade. Ele usou essa estratégia para transformar as balelas do nazismo numa crença forte entre os alemães.  Essa afirmação serve também para nossas vidas, não só para a política e a história.

O que disseram para a gente um dia, geralmente, quando éramos crianças, pode se tornar uma crença limitante. Por conta dela, deixamos de fazer o que queremos e acabamos ficando acomodados.

Mas não somos a persona que os outros criaram para nós. Para se livrar de uma crença limitante é preciso seguir o conselho de Sócrates: conhece-te a ti mesmo. Temos que duvidar dela e trocá-la pela crença na nossa essência verdadeira.

Meus coleguinhas de escola sempre diziam que eu era feio. De tanto ouvir isso deles, passei a acreditar que eu era horrível e carreguei essa crença até poucos anos atrás.

Na adolescência, não tinha coragem de me aproximar das garotas, porque não queria incomodá-las com a minha feiura. Pensei até em andar por aí com um saco de papel na cabeça. Se elas me elogiavam, achava que estavam sendo compassivas ou tirando sarro de mim indiretamente.

Fui me isolando cada vez mais. Agindo dessa forma, obviamente, não conseguia me relacionar com ninguém, o que reforçava a minha crença limitante de que isso só acontecia porque eu era feio demais.

Mas, recentemente, passei a duvidar do que me disseram um dia. Foi difícil, porém, aos poucos, consegui enxergar os aspectos positivos na minha aparência. Comecei a gostar de mim mesmo e minha autoestima cresceu muito. Não que eu seja um Leonardo de Caprio. No entanto, percebi que não sou tão feio quanto pintaram. Nem nunca fui.

Descobri também que essa era apenas uma das várias crenças limitantes que eu tinha. Devagar, estou me livrando de todas as outras. E você? Ainda é o que os outros disseram que você era? Se a resposta é sim, procure pensar diferente daqui para frente.