13 presos na operação ‘#Tudo Nosso’ permanecerão detidos
Todos os 13 presos na terça-feira (13) durante a operação “#Tudo Nosso” da Polícia Federal vão permanecer detidos após realização de audiência de custódia.
Segundo a PF, duas pessoas ainda não haviam sido localizadas na terça, sendo que uma delas foi presa em Bauru e será conduzida a Araçatuba e a outra se apresentou na sede da PF em Araçatuba, nesta quarta-feira (14).
Ao todo, foram expedidos 15 mandados de prisão temporária pela Justiça Federal em Araçatuba. De acordo com a PF, o sindicalista, empresário e coordenador do PSB na região, José Avelino Pereira, o Chinelo, foi preso em um condomínio de luxo em Itatiba, junto com seu filho.
Os dois estão presos em cadeias na região de Campinas e não serão transferidos para Araçatuba, pois já prestaram depoimento à PF na terça. Os mandados são de prisão temporária de 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias.
OPERAÇÃO
A PF cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão nas cidades de Araçatuba, Clementina, Itatiba, Jundiaí e São Paulo, durante a terça-feira. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Araçatuba.
As investigações tiveram início há aproximadamente dois anos após a PF receber informações que indicaram a prática de diversos crimes de desvios de recursos públicos por meio de contratação supostamente fraudulenta de empresas que prestam serviços para a Prefeitura de Araçatuba.
‘ESQUEMA’
Segundo a PF, Chinelo seria o idealizador de um grande esquema de corrupção envolvendo diversas empresas ligadas a ele e sua família. Um filho e um genro dele seriam sócios “laranja” de empresas e também tiveram a prisão contra si decretadas.
Embora a maioria das empresas não esteja registrada em nome de Chinelo, as investigações demonstraram que ele seria o dono de fato de pelo menos cinco delas e a maioria dos sócios apenas “emprestariam” seus nomes em troca de vantagens do sindicalista.
Durante as investigações, a PF confirmou que Chinelo, morador de Itatiba/SP, seria o mentor de um “engenhoso esquema de desvio de recursos públicos mediante a utilização de várias empresas registradas em nome de ‘laranjas’ e familiares com o objetivo de fraudar licitações e celebrar contratos de prestação de serviços com o município de Araçatuba”.
As investigações demonstraram que, nos últimos dois anos, as empresas investigadas aditaram ou celebraram novos contratos suspeitos com a Prefeitura nas áreas de educação e assistência social que superaram, até o momento, a cifra de R$ 15 milhões. As investigações prosseguirão e a estimativa da PF é que esse valor possa ser muito maior.
EXONERAÇÕES
Após a operação “#Tudo Nosso”, a secretária de Assistência Social da Prefeitura de Araçatuba, Maria Cristina Domingues, pediu exoneração do cargo. O pedido foi aceito pelo prefeito Dilador Borges (PSDB).
Segundo comunicado da administração municipal, Maria tomou a decisão de deixar a secretaria por acreditar que, estando afastada do posto, poderá contribuir melhor com a elucidação dos fatos.
Ainda na terça-feira, Dilador exonerou todos os servidores investigados na operação da PF, que tem como objetivo averiguar diversos crimes de desvios de recursos públicos em Araçatuba. Ao todo são quatro funcionários que atuavam em pastas distintas: Assistência Social, Governo, Administração e Saúde.