É normal não ser 100% – Por M.P. Telles
Se puxarmos na memória, uma das primeiras coisas que podemos lembrar é de alguma decepção por não ser bom o bastante em algo. Pode ser em uma brincadeira, esporte, matéria escolar ou simplesmente, amizades ou relacionamentos.
Quando começamos entender a vida nos damos conta que passamos boa parte dela nos cobrando em sermos bons o bastante em algo. Mas incrivelmente isso pode nos levar a um desastroso final.
Se a pandemia tem nos ensinado algo, é que podemos ser bons em coisas que nunca pensamos que seríamos bons. Isso não se deve ao fato da popular e atual palavra “reinventar” e sim porque a pandemia tem nos feito ver oportunidades e recomeços que sempre tivemos receio de tentar.
Não me entenda mal, não estou dizendo que se dedicar para melhorar o que executa seja errado, e muito menos que você não deve ter foco e comprometimento. Mas se dar oportunidade de entender que aprender e fazer são uma constante evolução, e que em sua grande e avassaladora maioria no final de nossas vidas não conseguiremos atingir os 100% almejado.
Incrivelmente isso tem um porque tão óbvio que quando descobri me senti assustado pela verdade crua que é. Nós os seres humanos somos motivados em atingir metas das quais nunca atingiremos, ou seja, sempre inventaremos novas metas que se sobrepõem as metas já conquistadas achando sempre que ainda não somos bons o bastante, como um roedor correndo na esteira circular dentro da gaiola indo do nada a lugar nenhum.
O que devemos entender de uma vez por todas é que ser bom não quer dizer ser completo e sim buscar sempre uma superação. E se você tentou e viu que isso ou aquilo não daria certo, tudo bem recomeçar ou mudar! Ser bom em algo é uma questão de perseverança e não porcentagem. Então vamos normalizar que NÃO SER 100% É NORMAL.