Geograficamente o Brasil se encontra privilegiado no confronto entre Rússia e Ucrânia, mas isso não impede que soframos com os desdobramentos econômicos dessa situação.

A Rússia e a Ucrânia correspondem a 20% (vinte por cento) da exportação mundial de milho; e com a guerra, a oferta tende a ficar restrita, fazendo com que o milho brasileiro fique na mira do mercado internacional, portando a escassez do produto, levará a preços mais altos.

Esse interesse pelo milho brasileiro irá causar um grande impacto financeiro direto no mercado de proteína animal; afinal, galinhas, porcos, gado de leite e de corte, consomem o grão em sua alimentação, gerando preços mais altos de produção e, consequentemente, para o consumidor final.

E falando em custos de produção, não podemos esquecer que o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes que consome, principalmente os derivados do potássio e nitrogênio, o que vai impactar diretamente nos valores do cultivo de açúcares e amido, como cana de açúcar, milho, café e cítricos; afinal a Rússia é a nossa maior fornecedora, só em 2021, foram importados US$ 5,6 bilhões em produtos e matéria prima dos russos, sendo que cerca de 62% desses itens eram adubos e fertilizantes (Fonte: Secex).

Portanto, sofremos um risco de desabastecimentos nas principais matérias primas do agronegócio, podendo desencadear uma alta inflacionária e aumento no preço dos alimentos. Seja do ponto de vista humanitário ou econômico, essa guerra nos deixa vulneráveis, e precisamos que ela acabe o mais rápido possível.