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‘Onde mora a violência?’: Sesc São Paulo promove campanha de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde, a violência contra o idoso é definida como “ação única ou repetida, ou falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento no qual exista uma expectativa de confiança, que cause danos ou sofrimento a uma pessoa idosa”. O último levantamento feito pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos), realizado em 2018, mostrou um crescimento de 13% na violência contra a pessoa idosa em relação ao ano anterior. O levantamento traz também os seguintes dados: 78% das denúncias de violência contra a pessoa idosa apontam que os episódios acontecem no ambiente doméstico da vítima, e que 60% dos suspeitos de cometer a violência são filhos (a) ou netos (a).

O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado em 15 de junho, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa em 2006. O Sesc São Paulo, já desde 2015 se engaja anualmente nessa campanha de conscientização, dedicando uma semana inteira à discussão do tema a partir de abordagens multidisciplinares.

Em 2020, no contexto da pandemia causada pelo novo coronavírus, em que o idoso foi incluído no chamado grupo de risco, a campanha do Sesc acontece em âmbito nacional, e o Sesc São Paulo propõe o tema “Onde mora a violência?”, uma reflexão sobre a segurança doméstica e o papel da sociedade na construção de uma convivência harmoniosa entre famílias e gerações. A campanha é realizada nas plataformas digitais e redes sociais da instituição, com a circulação de conteúdos informativos e a transmissão ao vivo de encontros e bate-papos com artistas e especialistas – entre eles Claudete Soares e Conceição Evaristo – sobre as diversas formas de violência presentes na cultura e no cotidiano.

“O programa Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo é pioneiro na promoção de ações endereçadas a esse público, discutindo temas da contemporaneidade por meio de seminários, mostras de filmes, bate-papos, rodas de conversas, palestras e ciclos de debate, com acolhimento e cuidado”, destaca Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. E complementa: “Em sua trajetória de quase 60 anos, o programa acompanha as mudanças e demandas dessa população, e repensa e atualiza as diretrizes que norteiam sua ação. Na prática, identifica e valoriza aquilo que pode ser específico ao grupo etário, além de incentivar e promover as relações intergeracionais”.

Durante a pandemia, acentua-se o olhar discriminatório para o idoso, que passa a ser visto com desconfiança e, muitas vezes, como alguém de pouca relevância social. Nesse aspecto, a valorização do processo de envelhecimento e fortalecimento das redes de apoio são pontos essenciais para fomentar o exercício coletivo do cuidado e da segurança das pessoas idosas em suas relações cotidianas. O tema da campanha reforça a importância do olhar voltado ao ambiente doméstico, sobretudo no contexto de pandemia, para evidenciar todos os tipos de violência sofridos por homens e mulheres acima dos 60 anos.

Abertura
A abertura da campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa será no dia 15 de junho, às 16h, no canal do Sesc São Paulo no YouTube, com um debate que será transmitido ao vivo, sob o tema “Violência contra o Idoso durante a Pandemia”, com a participação de Alexandre Silva, doutor em Saúde Pública pela USP; da escritora Conceição Evaristo; e de Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade. A abertura será de Vania Herédia, socióloga e presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). A mediação fica a cargo de Gabriel Alarcon, Assistente da Gerência de Estudos e Programas Sociais do Sesc São Paulo.

Destaques
Além da campanha e da transmissão ao vivo do evento de abertura, outros conteúdos circularão nas plataformas digitais do Sesc São Paulo e redes sociais da instituição, apontando reflexões sobre o envelhecimento e a cultura da longevidade. Confira os destaques:

BATE-PAPO MUSICAL
Onde Mora a Violência?
O vídeo, que estará disponível no Youtube do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP a partir de 17 de junho às 15h, apresenta Marília Berzins, especialista em Gerontologia e doutora em Saúde Pública pela USP, e a cantora Claudette Soares em uma reflexão sobre os lugares da violência contra o idoso no cotidiano. A música, fio condutor do roteiro, aponta para aspectos da violência presente em canções e também na vida cotidiana.

SÉRIE
Envelhecer
Nessa série de 13 episódios, dirigida por Claudia Erthal e Paulo Markun, o espectador acompanha depoimentos que refletem sobre o envelhecer no século 21. Quais as incertezas, tensões, exclusões, violências, mas também conquistas, alegrias e realizações dessa população. Disponível na Plataforma de streaming do SescTV.

CURSO
Como estamos envelhecendo?
Com base nas diretrizes do programa Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo e pesquisas sobre o tema, o curso apresentado pela atriz Zezé Motta aproxima e sensibiliza um público interessado na temática do envelhecimento. São seis aulas, acompanhadas por textos de apoio, indicação de filmes, músicas e artigos. O curso é gratuito e está disponível na Plataforma Sesc Digital.

ARTIGOS
Revista Mais 60 – Estudos sobre envelhecimento
Publicação quadrimestral de artigos e matérias que abordam assuntos relacionados ao envelhecimento, como violência, sexualidade, trabalho e direitos, estimulando reflexões entre estudantes, profissionais e interessados na cultura da longevidade. Confira a edição atual e as anteriores no Portal do Sesc São Paulo.

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Você Sabia?

• Quais os tipos de violência contra os idosos?
Física: face mais visível da violência, como agressões, beliscões, empurrões e tapas, que podem levar a lesões e até mesmo ao óbito.
Psicológica: formas variadas de menosprezo, discriminação, preconceito e humilhação, levando a pessoa à tristeza, ao sofrimento e, consequentemente, à depressão.
Abandono: privação do convívio com a família através do isolamento e da ida forçada a uma Instituição de Longa Permanência; atos de descaso com as necessidades básicas.
Abuso financeiro: expropriação dos recursos e bens por meio de intimidação, como a utilização forçada do benefício da aposentadoria sem consentimento.
Negligência: descaso proposital da família, dos órgãos públicos ou até mesmo de instituições privadas, caracterizado pela omissão diante de situações de violência, maus-tratos ou abandono.
Violência sexual: práticas eróticas impostas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças, como por exemplo, beijos forçados e atos sexuais não consentidos.

• Discriminação por idade tem nome
O ageísmo e a idade são parte do sistema de preconceito e discriminação no Brasil. Embora o ageísmo e a discriminação por idade sejam termos frequentemente usados como sinônimos, o ageismo refere-se essencialmente às atitudes que os indivíduos e a sociedade têm com os demais em função da idade, enquanto a discriminação por idade descreve a situação em que a idade é o fator decisivo. Um exemplo de discriminação por idade é o empregador que decide contratar, promover, retreinar ou aposentar/dispensar um funcionário com base somente na idade. O ageísmo e a prática de discriminação por idade no Brasil devem ser vistos como parte das múltiplas formas de discriminação.

• Defender as pessoas idosas é uma atribuição de todos e todas
O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) aponta claramente que “é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.”
Saiba mais no Estatuto Nacional do Idoso

• Formas de denunciar a violência contra a pessoa idosa
Disque Direitos Humanos – Disque 100 – 24 horas;
Aplicativo Proteja Brasil (disponível para celular);
Delegacia Online da Polícia Civil do seu estado;
Emergência Policial – DISQUE 190 – Polícia Militar

SOBRE O TRABALHO SOCIAL COM IDOSOS DO SESC SÃO PAULO
Ao longo de mais de meio século de presença no cenário sociocultural, primeiro em São Paulo e em seguida nacionalmente, as ações voltadas aos idosos oferecem espaços de convívio, experimentação de linguagens artísticas, trabalho corporal e ações em diferentes campos da cultura, tendo na educação o dispositivo de transformação social.

Para dar visibilidade a esse grupo etário, dar conta da realidade presente e antecipar realidades futuras, é fundamental desenvolver estudos e sistematizar reflexões e práticas que possibilitem às propostas um diálogo contínuo com seu público prioritário – os velhos – mas, também, com pessoas de outras faixas etárias. Esta interlocução objetiva ampliar o foco de atuação e discussão sobre a velhice para o processo de envelhecimento.

SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 73 anos de atuação no estado e 40 unidades operacionais, o Sesc São Paulo (Serviço Social do Comércio) desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas.

Com informações da assessoria de imprensa do Sesc-SP

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